ATUALIZADA: matéria atualizada às 18h23min em 20 de maio de 2020
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou, na tarde desta quarta-feira, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. A alteração no cronograma vale tanto para a aplicação dos exames na versão impressa quanto na digital. As datas serão alteradas de 30 a 60 dias. ,
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Em nota oficial, o Inep afirma que a alteração ocorreu após as "demandas da sociedade e às manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020". O órgão afirmou ainda que realizará uma enquete com todos os inscritos no exame em junho, por meio da Página do Participante - isso deve impactar na nova data.
Mesmo com o adiamento, as inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59min desta sexta-feira por meio do site.
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O cronograma inicial previa a aplicação das provas impressas nos dias 1º e 8 de novembro e as provas digitais nos dias 11 e 18 de outubro de 2020.,
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O estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Otávio da Costa Carvalho, 17 anos, vai fazer o Enem deste ano, pois quer utilizar a nota para poder ingressar na faculdade de Direito. O adiamento, para ele, era necessário.
- Eu acredito que é uma vitória para todo o movimento estudantil. Não adiar seria um decreto de falência da educação, já que afetaria milhares de estudantes que não estão tendo condições de se preparar. Ao mesmo tempo que sinto um alívio, eu não fico relaxado, porque sei que ainda temos um longo caminho - comenta.
Para o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, a medida é positiva, mas ainda não resolve todos os problemas:
- Eu acho que é uma boa medida, melhor do que manter o calendário, só não sabemos se isso será suficiente e vai permitir que os conteúdos, especialmente do Ensino Médio, estejam disponíveis para todos os estudantes. Se estabelece, neste contexto, uma diferença no aproveitamento dos conteúdos dos estudantes das escolas públicas e privadas. Enquanto as escolas privadas estão conseguindo manter um nível de atividade remota, as públicas estão com muitas dificuldades. O ideal seria que se mantivesse suspenso até definir as datas de retorno das atividades normais do país, pois ainda não temos um cenário de segurança de quando as coisas voltarão a normalidade, essa pandemia é um conjunto de fatores desconhecidos por nós - explica o reitor.
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Essa disparidade entre as redes de ensino particulares e públicas também é vista pelo presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinape) Bruno Eizerik:
- Os alunos da rede privada continuam com aulas remotas, sendo devidamente preparados. Mas o adiamento é uma questão de justiça com todos aqueles estudantes que não tem o mesmo acesso, não seria uma competição justa - afirma Eizerik.
O coordenador da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), José Luis Viera Eggres, afirmou que esse tempo extra dá mais chance de preparação. Ele ainda relembrou que aulas pré-Enem veiculadas pela TVE estão sendo retransmitidas pela TV Câmara, em Santa Maria, e devem seguir mesmo com a alteração do cronograma do exame.
- Nós vemos isso com bons olhos, até porque dá um tempo maior para que a indefinição da pandemia e até mesmo do retorno as aulas passe. Os alunos poderão se prepara melhor - completa Eggres.